Luminosa energia que dignifica
Mesas e copos trinitinam,
vozes estranhas do cerrado
levam meu pensamento de raspão.
Ligeira sensação de vazio,
estômago cheio — náuseas.
Vício de encarar os olhos
de quem não conheço — e padeço.
Risos, sonhos, casais enamorados:
como os invejo — eu, solitário e rabugento.
Um rebento atravessa meus passos,
coagido pela própria fome de sentido.
Eu — comigo mesmo.
Sem planos, sem utopias.
Sem chave de cofre.
Sem esperança frígida.
Sem o soluço do bebum.
Sem o amargo da derrota.
Só eu,
nesta noite de dezembro.