Ó, Pítia do cerrado,
clausura de Apolo,
dize-me o que me espera.
Ó, Pítia do cerrado,
Radamés do xaxado,
dize-me o que me espera.
Errante, das trombetas da escuridão,
herdeiro da maldição dos obreiros,
sou eu quem não sou.
Ó, Pítia do cerrado,
protetora de Delfos,
dos xamãs e morubixabas,
dize-me o que me espera.
Ó, Pítia do cerrado,
aroma doce,
doce como o mel da Uruçu,
dize-me o que me espera.
Andarilho do tombadilho,
do culto hedonista em Bacabal,
sou eu quem não sou.
Como chá de boldo,
como capim queimado,
chagas abertas
de crinalda e suspiros —
profetisa, me diga:
sou eu quem sou?