Chuva de caju
floresce a relva no quintal.
Eu, feito um saruê,
procuro minha Eva mitocondrial.
Chuva fina tece a manhã,
sereno que umedece o charque.
Mandas-me mensagens noturnas
lá na ponta do cabo do arraial.
Donde viste Gondwana se despedaçar
e a filha do Lácio da África se separar,
eu, feito um saruê,
na parte de baixo quis me encontrar.
Mais uma noite sozinho,
fico imaginando nós dois.
Como uma briófita sugando a água,
vivo enxugando, todas as noites,
minhas lágrimas salgadas.