Donde estás o outro?
Aquele em que me espelho,
minha autoridade,
digno da minha devoção?
Donde estás, aquele
capaz de me desafiar,
prover de empatia
esta carcaça frígida?
Se já não há, entre os mortais,
alguém capaz de sentir minha genialidade,
talvez possa, hoje, viver em vão...
E neste outro que nunca virá,
consumirás minha vitalidade,
possuirás meu amor,
meu gozo e minha decepção.
E se ele nunca vier,
viverei em vão —
até descobrir que andas preso
dentro das celas da minha intuição...