Nobres Senhores

 Nobres senhores,

doutos louvores...

Me dá um cauri, negô?

Me dá um búzio, chamego?

Me dá um dimdim, caçula?


Vês meu lamento nas tuas grades?

Vês meu corpo preto exposto?

Vês minha oração, Sankofa?


Doutos senhores, usais Adinkra?

Deixastes minha carne na maloca,

minha prole no cafofo?

Não há Nzimbu?

Trouxestes os meus

e os deixastes aqui?


Em nossas feridas, sal e pimenta.

Em nossas tranças, o mapa.

Em nossas crianças, louvores.

Em nosso futuro, violência.

Em nosso grito, um corpo.

Em cada operação,

um ato de injúria.