Esperanças opacas

Nectarinas desérticas de um domingo vazio.
Preenchidas por nêsperas ações — tácitas, insólitas —
são sombras reflexivas, cítricas e amargas,
que revelam um desdém encarnado na derme.

Nas notas carbônicas que me escapam da boca,
destilam-se esperanças opacas, infrutíferas,
daquilo que foi — daquilo que poderia ter sido.

Porque, afinal…
tu poderias ser minha.
Poderias.

Quem de vocês — de fato — devorou-me?
Quem de vocês — de fato — aglutinou-me?
Quem de vocês — de fato —
sentiu minha intenção?