Café Preto

Café preto
Lábios de mel,
mel de Jataí.
Olhos de amendoim,
vento soprando a cortina,
dia surgindo no horizonte.
Pele macia, nua, defronte —
café preto embriagando o quarto.
Cortina voando no quadro,
lençol movediço engolindo a alva tez,
e o infinito tocando o real.
Banho frio e orquestrante,
olhar de espectador viajante,
turista que perdeu a pátria —
como Ulisses nas garras de Calypso.