Meu âmago

Meu âmago suplica por luz,
meu âmago envaidece sobre si;
meu âmago me enoivece,
feito chama que se consome,
feito silêncio que me fere.

Por aqueles lábios desconhecidos,
há algo de que preciso:
nutrir minha pele,
minha mente,
minha visão.

Meu âmago espera,
e no esperar se inventa —
como se fosse raiz,
como se fosse abismo,
como se fosse promessa
que nunca se cumprirá...