Ode aos Pirineus

Ó, geometria sagrada, ao fim esse amálgama de átomos,

A terra retornará em remansos, cantos!

De alguma forma, eternamente ficará,

Seja na forma terrestre, seja vagando...


Como pode ser? Talvez seja um mistério,

Somos imortais não pela nossa significância,

Mas pela composição dessas retumbantes cadeias,

Orgânicas, carboníferas, ferrosas, barrentas, lamacentas.


Átomos, vitaminas e ácidos nucleicos,

Inexplicavelmente, de uma fornalha de supernova,

Derramam-se em lito-berçários, aglomeram-se,

Desenham e ajuntam, e ao pó retornarão.


A eternidade ficará, cada respiro,

Choro e felicidade, e por um suspiro geológico,

Vagou por essa rocha inundada,

Um legado eterno, em ciclos sem fim.