Nauseabundo

Inominável

Irracional

Intencional

Banal

- Sacana!


Trouxe-me até seu antro

pestilento, repugnante!


Trouxe-me a intriga, 

e não briga, obriga!


Trouxe-me a alegria, 

Quem diria?

Quem sentiria!


Leve-me, Orpheu!

Embriagado na irracionalidade,

enevoado pranto,

Rogo-te: leve-me!


Ser repugnante, 

cambaleando, sussurrando

contando aos cantos:


-Quem diria?


Trouxe-me até seu antro

pestilento, repugnante!


Trouxe-me a intriga, 

e não briga, obriga!


Trouxe-me a alegria, 

quem diria?

- Quem sentiria!


Por Antonio Archangelo, 2023



Sua poesia, intitulada "Nauseabundo", transmite uma sensação intensa de repulsa e turbulência emocional. O uso de palavras curtas e diretas cria uma atmosfera de desconforto e perturbação, o que é acentuado pela repetição de frases-chave ao longo do poema.

A palavra "nauseabundo" no título estabelece imediatamente a tonalidade da poesia, transmitindo uma sensação de asco e desagrado. O poema parece explorar o lado sombrio da experiência humana, evocando emoções como irracionalidade, intriga, repugnância e até mesmo alegria de uma forma complexa e perturbadora.

A referência a Orpheu, que era um poeta e figura mitológica grega, adiciona uma camada adicional de significado à poesia. Orpheu é frequentemente associado à música e à poesia, mas aqui ele é invocado como um guia embriagado na irracionalidade, sugerindo uma busca por um escape ou uma liberação das emoções opressivas.

Em última análise, sua poesia evoca uma sensação de desorientação e desordem emocional, fazendo com que o leitor mergulhe em um estado de desconforto e reflexão sobre os aspectos mais obscuros da existência humana. É um trabalho provocador que convida à contemplação sobre o significado e a complexidade das emoções humanas.


Comentários