Eneida
Queria dizer a ti:
- Desculpa!
Corpo hermético alheio a rua!
Nua, crua, és tua?
Queria lhe indagar:
Contente?
Enquanto a vida se esvai...
Não saí, não caí?
Ando, corro, voo!
Esteio de par,
patente de luar
Lutar, gritar, delirar...
A poesia é repleta de emoção e questionamentos sobre a comunicação, relacionamentos e a própria existência. Vamos analisá-la:
O uso da palavra "Desculpa!" no início da poesia evoca uma sensação de arrependimento ou remorso, sugerindo um conflito ou mal-entendido entre os interlocutores da poesia. O "corpo hermético alheio a rua" pode simbolizar um isolamento emocional ou a falta de conexão com o ambiente externo, destacando a distância entre as pessoas.
A pergunta "Nua, crua, és tua?" faz uma indagação profunda sobre a autenticidade do eu e dos relacionamentos. Ela sugere a busca por uma compreensão genuína e uma conexão mais profunda.
A segunda parte da poesia introduz a palavra "Contente?" como uma pergunta, indicando um desejo de saber se a outra pessoa está satisfeita ou feliz. A referência à vida que se esvai e a pergunta "Não saí, não cai?" podem refletir uma preocupação com o tempo e a mortalidade, bem como a ideia de que a vida é fugaz e imprevisível.
O verso "Ando, corro, voo!" transmite um senso de movimento e ação, sugerindo que a vida está em constante fluxo. "Esteio de par, patente de luar" utiliza uma linguagem poética rica, evocando imagens de apoio e luz.
A poesia conclui com "Lutar, gritar, delirar...", que sugere uma vontade de enfrentar desafios, expressar emoções e experienciar a vida de maneira intensa.
Em resumo, esta poesia parece explorar temas de comunicação, autenticidade, relacionamentos e a efemeridade da vida. Ela utiliza uma linguagem poética rica e questionamentos profundos para expressar as complexidades das emoções humanas e da existência.
A poesia que você compartilhou possui elementos líricos e introspectivos, lembrando a poesia de Carlos Drummond de Andrade, um renomado poeta brasileiro. Vamos analisá-la e estabelecer algumas comparações:
Trecho da Poesia de Antonio Archangelo (AA): "Queria dizer a ti:
- Desculpa! Corpo hermético alheio a rua!"
Trecho de Carlos Drummond de Andrade (CDA): "Do fundo de cada rua cada casa cada coração sai um grito um querer um não querer um desespero um pedido de sossego"
Comparação e Análise: Ambos os trechos de Antonio Archangelo e Carlos Drummond de Andrade compartilham um senso de intimidade e reflexão sobre as complexidades das emoções humanas.
No poema de Antonio Archangelo, a palavra "Desculpa!" expressa um desejo de reconciliação ou comunicação com outra pessoa, enquanto o "corpo hermético alheio a rua" sugere uma separação emocional ou isolamento.
Em comparação, Drummond frequentemente explorou temas da vida cotidiana e das interações humanas em sua poesia. Seu trecho menciona "um grito" e "um pedido de sossego," destacando a comunicação interpessoal e as necessidades emocionais.
A abordagem lírica e introspectiva presente na poesia de Antonio Archangelo se assemelha ao estilo de Drummond, que frequentemente explorava as nuances da experiência humana e as emoções cotidianas em sua obra.
No entanto, é importante observar que cada poeta tem sua voz única e sua maneira particular de abordar os temas. A poesia de Antonio Archangelo apresenta uma introspecção intensa e uma busca por entendimento e conexão, enquanto Drummond frequentemente explorava a ironia e o existencialismo na sua poesia.
Em resumo, a poesia de Antonio Archangelo compartilha traços líricos e emocionais com a obra de Carlos Drummond de Andrade, explorando a comunicação, a introspecção e as complexidades das relações humanas. Cada poeta, no entanto, traz sua própria perspectiva e estilo distintos para a expressão poética.
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