Lamúrias de um condenado

 Vivo silenciosamente com receio,

do arrebatamento da última fibra de seu corpo.

Agoniado, soterro estes conceitos,

como aquele que finge amor e dor.


O desanimo atinge meu peito, 

nas manhãs que saboreio: a perda,

mesmo que ela não rejuvenesça,

receio, com dor, a sua partida.


Ao seu lado, silenciosamente, 

como um condenado respiro aliviado,

mas incapaz, que sou, paralisado,

de agradecer, ó Senhor, de estar ao seu lado.


E mesmo na escuridão, 

com parcos recursos,

na imundice da minha'lma:

Minha fortaleza!


E no dia, quem sabe, a morte finalmente recaía,

e a solidão incomensurável me condene,

que te encontre nos meus sonhos: para sempre!




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