Desculpa!

De todas as palavras tortas que vos digo,
não leve a sério, não cristalize: como dogmas,
encrustados na epiderme d'alma.

Do xingo, da ira, da lavação de roupa suja...
Não leve a sério, não leve...

Moribundeadamente, repito os tragos, os goles...
das chincalhas que carrego em meu software,
atualizado com os vícios da vez.

Não me verás sentado num boteco, 
mas gritarei como um bêbado irracional.

Não me verás tragando o tabaco, 
mas escarrarei como um fumante.

Lindo, 
És o cordão de prata,
prende-me aos defeitos de minha versão anterior.

Sou um windows 10, rodando em um 456!

“Mulher chorando” (1947), Cândido Portinari



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