Quarta-feira
Há dias que o mal do mundo acerta-me em cheio,
da anca sem esperança, do moribundo ateu,
dos dias que nem no alto dos Pirineus,
pude contemplar, com inveja, o sucesso alheio...
E assim empurro os segundos que hão de vir,
e assim desejo os pensamentos que se arrastam em arestas,
como um sandeu, vejo com claridade que viverei,
em paralelo mundo, onde os versos marinam minhas ilusões.
E a chuva cai, ela sempre cai,
em dias cinzas, nicotinados,
por esta falta de esperança...
E assim, quando vejo teu sorriso,
atrevo-me a reforçar o status quo,
que perdi desde que a fibra de meu peito
rompeu o vácuo da existência terrena!
Oras, hão de chegar os motivos,
arrastando os passos pelo passeio português,
abarrotado de lixo, imundo da vivência
dos que, como eu, vivem sem a esperança.
E seja assim, como justifica-se,
vivendo o dia como se fosse o último,
a melhor das justificativas dos derrotados...
O âmago vazio, um trago, um pensamento,
consumindo os segundos,
em tarefas tortuosamente repetitivas,
desejando, tortuosamente, o que não pertence-me
E no meio fio, em algum dia, relembre
os motivos que me catapultaram
na vastidão das utopias.
Ou recorde-me alguma vida fantasiosa
que nunca tive junto ao grande Kublai Khan,
E ela há de vir, cabisbaixa, olhando para os pés.
De uma quarta-feira eterna, debaixo da chuva,
com sua tortuosa rotina, amparada pela
esperança que nunca terei!
da anca sem esperança, do moribundo ateu,
dos dias que nem no alto dos Pirineus,
pude contemplar, com inveja, o sucesso alheio...
E assim empurro os segundos que hão de vir,
e assim desejo os pensamentos que se arrastam em arestas,
como um sandeu, vejo com claridade que viverei,
em paralelo mundo, onde os versos marinam minhas ilusões.
E a chuva cai, ela sempre cai,
em dias cinzas, nicotinados,
por esta falta de esperança...
E assim, quando vejo teu sorriso,
atrevo-me a reforçar o status quo,
que perdi desde que a fibra de meu peito
rompeu o vácuo da existência terrena!
Oras, hão de chegar os motivos,
arrastando os passos pelo passeio português,
abarrotado de lixo, imundo da vivência
dos que, como eu, vivem sem a esperança.
E seja assim, como justifica-se,
vivendo o dia como se fosse o último,
a melhor das justificativas dos derrotados...
O âmago vazio, um trago, um pensamento,
consumindo os segundos,
em tarefas tortuosamente repetitivas,
desejando, tortuosamente, o que não pertence-me
E no meio fio, em algum dia, relembre
os motivos que me catapultaram
na vastidão das utopias.
Ou recorde-me alguma vida fantasiosa
que nunca tive junto ao grande Kublai Khan,
E ela há de vir, cabisbaixa, olhando para os pés.
De uma quarta-feira eterna, debaixo da chuva,
com sua tortuosa rotina, amparada pela
esperança que nunca terei!
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