Incognoscível

Astros escarlates que encobrem os rastros
de milhares de lágrimas esperançosas e licorosas.
Do dia, que a menina adormeceu.

Restos galácticos que lhe embruteceram, ninfa.
O caos é incognoscível, diria Orpheu.
Promessas rasas, baratas e vaporosas.

Tua silhueta no espelho do mundo.
Colo-afago, no resgate da adormecida criança.
Ninam, as moiras, em algum lugar da tua infância.

O que seria dos teus dias, sem tuas lágrimas?
O que seria do teu destino, sem essa dor hemorrágica?
Dormente-contente, embriagada.

Esperando, o acordar da criança.
Que um dia, o mundo pensava ser teu.
E no colorido da esperança,
Em um caminho qualquer se perdeu...

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