Cântico do Infortúnio

Viver é angustia de quem espera
A esperança de quem prospera
Infortúnio de quem nunca obtempera
Um cântico perene, além da esperada véspera...

Se por acaso, por um relapso temporal
A vida que pulsa, com sol ou temporal
As lágrimas de alegria ou tristeza
Corroboram para a certa incerteza,

Se anda, cabisbaixo, sem sapatos
Se corre, confiante, nêveda-dos-gatos
Algum dia, por certeza, o fio arrebentará

Colecionará tristezas, certezas e artefatos?
Chorar-te-ás nos cantos, tantos comodatos?
Do apocalipse, próprio? Almejando o ósculo?


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