Jaz

Fecho a porta,
Sigo o mesmo corredor.
Em outra direção,
como não perceber,
queles velhos quadros empoeirados?

Esqueço a antiga poltrona?
costumávamos ouvir velhas histórias ali...
Doce e amarga lembrança!

O relógio, conta um minuto a menos,
mas não posso voltar no tempo.
Sinto, ouço e escuto tuas palavras,
nunca mais....

Ainda lembro do timbre de tua voz,
ecoando sobre os pisos úmidos,
Pedindo-me atenção,
 - um pouco mais de atenção!

Eu deveria ter ficado mais com você,
no final daquela tarde,
estava com pressa,
poderia estar sentado ao seu lado...

E ter contado a você tudo o que sentia,
dia-a-dia fui me distanciando,
esquecendo, todos os momentos,
que passou ao meu lado.

Nos primeiros dias,
Tu foi embora,
chorei naquele dia!

Alardeei a todos quanto te odiava,
queria atenção,
sentir seu abraço,
o afago e a atenção.

Carregarei o peso, até o fim dos meus dias,
Mas lembrarei-me para sempre,
do teu caminhar,
do teu riso,
Do teu jeito de falar,

Eu sei,
você sempre amou-me.
Nunca tive coragem para te dizer,
mas sempre vou te amar!
Saudades.


"A Criança Doente", Edvard Munch

(ARCHANGELO, A. Ápeiron, Ed. Buriti, 2019)









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